Devo confiar no SSD

Os discos SSD são confiáveis? Qual SSD devo comprar?

Quais são as diferenças entre SSD e disco rígido?

É uma das perguntas que mais ouvimos aqui e devemos responder como uma empresa que trabalha com recuperação de dados.

Vamos começar as coisas desde o início.

Os discos SSD têm duas vantagens claras sobre os discos convencionais (HD).

Quanto posso confiar em uma unidade SSD?

Você já deve ter lido em algum lugar que os SSDs têm um certo número de ciclos graváveis, após os quais eles param. É verdade?

Estas são algumas perguntas que tentaremos responder. Vamos vê-las em detalhes.

As unidades SSD podem falhar ou parar?

Claro que eles podem apresentar defeitos e parar.

Em nossa loja recebemos para recuperação pelo menos um SSD a cada três dias, e isso quer dizer muita coisa.

Qual SSD devo comprar?

Vamos começar do básico. Nem todos os SSDs servem para todos os trabalhos. Se o SSD for destinado ao PC doméstico, que faz trabalhos básicos, uma unidade diferente deve ser escolhida daquela que escolheríamos para usar em um datacenter onde a unidade realizaria operações de gravação e leitura 24 horas por dia, 7 dias por semana. Explicaremos imediatamente o porquê. Mas antes disso, algumas questões técnicas:

Quais características técnicas os SSDs possuem?

Todas as unidades SSD usam tecnologia NAND (isto não é um acrônimo, vem das operações lógicas NOT e AND usadas na programação). A tecnologia NAND possui propriedades específicas das quais depende a vida útil do meio de armazenamento. Por exemplo, quando os dados são gravados em uma célula NAND, para reescrever os dados nessa célula, os anteriores devem ser apagados. Para simplificar, essa gravação e exclusão de dados é feita enviando elétrons para as células. Esses elétrons passam por um isolante. A posição e localização desses elétrons determinam se a corrente fluirá para a célula ou não e se essa célula está ocupada.

Quando escrevemos e apagamos dados de uma célula, à medida que os elétrons vão e vêm, o isolante que mencionamos se desgasta a ponto de ter problemas para manter os elétrons onde deveriam estar, resultando em vazamento e/ou incapacidade de determinar se o elétrons eles estão onde deveriam estar.

Isto, por sua vez, explica o “número finito de ciclos graváveis” que frequentemente mencionamos. Isso significa que a própria tecnologia flash tem uma limitação no número de leituras e gravações de dados.

As unidades SSD estão falhando?

Claro que eles apresentam problemas. Em nossa loja recebemos para recuperação pelo menos um SSD a cada três dias, e isso quer dizer muita coisa. Todas as unidades SSD usam tecnologia NAND (isto não é um acrônimo, vem das operações lógicas NOT e AND usadas na programação). A tecnologia NAND possui propriedades específicas das quais depende a vida útil do meio de armazenamento.Por exemplo, quando os dados são gravados em uma célula NAND, para reescrever os dados nessa célula, os anteriores devem ser apagados.

Para simplificar, essa gravação e exclusão de dados é feita enviando elétrons para as células. Esses elétrons passam por um isolante. A posição e localização desses elétrons determinam se a corrente fluirá para a célula ou não e se essa célula está ocupada.

Quando escrevemos e apagamos dados de uma célula, à medida que os elétrons vão e vêm, o isolante que mencionamos se desgasta a ponto de ter problemas para manter os elétrons onde deveriam estar, resultando em vazamento e/ou incapacidade de determinar se o elétrons estão onde deveriam estar.

Isto, por sua vez, explica o “número finito de ciclos graváveis” que frequentemente mencionamos e que não acontece nos discos rígidos convencionais. Isso significa que a própria tecnologia flash tem uma limitação no número de leituras e gravações de dados.

Como é medida a vida útil de um SSD?

Isso é medido por uma relação chamada P/A.

Significa Programado/Apagado e é medido em ciclos. Este é essencialmente o fator mais importante que mostra a vida útil (esperada) de um SSD.

Um SSD de má qualidade pode ter P/E = 1000 ou até menos. Este disco irá falhar a menos que seja usado apenas para trabalhos leves. Um SSD de boa qualidade pode ter um P/E = 70.000 ou mais, e esta unidade em condições normais durar 5 anos facilmente.

Um indicador semelhante é o chamado TBW, que significa Terabytes Written, que é essencialmente a quantidade de dados que serão gravados no SSD antes que ele trave. Um bom disco SSD com capacidade de 500 GB terá TBW = 200+, ou seja, mais de 400 vezes sua capacidade.

Por fim, o MTBF (Mean Time Between Failures) que é medido em horas e é essencialmente uma medida de confiabilidade do dispositivo. Infelizmente, não é o que muitos pensam que é.

MTBF = 1.000.000 horas não significa que o disco durará 1.000.000 horas (são 114 anos!). É um índice do fabricante, que o divide pela AFR (Taxa Anual de Falha) para calcular quanto tempo durará um disco.

Portanto, MTBF = 800.000 significa que em uma multidão de 1.000 unidades trabalhando 8 horas por dia, haverá uma unidade que falha a cada 100 dias.

Como posso saber se meu SSD vai travar?

Você deve ser especialmente cuidadoso e cauteloso ao perceber:

Tenha certeza de que tem um backup completo e atualizado

A ABCHD é uma empresa de recuperação de dados e aqui aparecem histórias “loucas” praticamente todos os dias, com pessoas que tinham dados vitais armazenados em unidades de 15 anos, sem backups e que simplesmente não sabiam que aquele lugar onde os arquivos ficavam guardados um dia poderia parar. Não seja a nossa próxima história, planeje uma maneira confiável de fazer backups.

Enfim, devo confiar num SSD?

Por fim, você não me respondeu, devo confiar no meu SSD?

A resposta é NÃO, não confie. Se você tem arquivos importantes, então sempre tem que ter um backup atualizado em outro lugar.

A invasão de SSDs genéricos e piratas

Comparando o HD (Disco Rígido) ao SSD.

Porque não existe HD falso nem pirata?

A resposta é simples. Um disco rígido é um produto altamente sofisticado que só uma empresa com recursos e maquinário de primeira linha tem condições de fabricar. A fabrica toda é um grande laboratório onde são criadas as condições necessárias para cada etapa da montagem do HD. O interior de um HD possui peças que funcionam em conjunto com uma precisão tão grande que poucos equipamentos no mundo conseguem imitar.
Portanto não existe HD bom ou HD ruim, todo HD é muito bom.

Os SSDs de baixo custo

É claro que, como no caso dos HDs, também existem grandes empresas que produzem SSD de qualidade e garantia de funcionamento.
O grande problema é que, para se fabricar um SSD não são necessários grandes investimentos e nem maquinário específico e sofisticado. Pra explicar de uma forma simples que todos entendam podemos dizer que qualquer fabriqueta de fundo de quintal consegue produzir SSDs e isso não é exagero.

Não é errado afirmar que juntas, as empresas chinesas que produzem os SSDs genéricos ou piratas vendem muito mais unidades do que os fabricantes originais.

A qualidade do material usado e o processo empregado na fabricação dessas unidades falsas gera produtos com durabilidade duvidosa e ainda trazem nas embalagens informações falsas sobre sua velocidade de leitura/gravação e capacidade de armazenamento.
Recuperar arquivos nesse tipo de unidade quando está em curto é uma tarefa praticamente impossível.
Nos SSDs originais, os chips que compõem o circuito das placas eletrônicas, tem gravado na superfície o número de registro, modelo, fabricante do chip, etc, e com essas informações conseguimos acesso ao mapa do circuito interno de fabricação daquele chip que está em curto e então podemos usar alguma outra porta para acessar o chip mesmo queimado e assim copiar todos ao arquivos.

Já nos casos dos SSDs piratas, falsos ou genéricos esse procedimento de usar o mapa de construção do chip não é possível justamente porque os chips tem a superfície raspada e por isso não temos como identificar nada sobre ele e sendo assim não dá pra descobrir por qual porta seria possível entrar para fazer a cópia dos arquivos.

Nenhum SSD está livre de entrar em curto e queimar, mas é claro que num SSD original a chance disso acontecer é bem menor, portanto quando for adquirir seu SSD novo desconfie de preços muito abaixo da realidade. Ninguém faz milagre, então uma unidade de 480GB por menos de 100 Reais é no mínimo suspeito.

Vendendo produto que não existe

É fácil encontrar nas plataformas de venda da internet produtos que ainda não existem e por preços excelentes. Por exemplo, em uma plataforma de venda bem conhecida é oferecido SSD de 480 Teras por 90 Reais. Lembrando que não existe SSD de 480 Teras.

Como eles conseguem isso?

O que ocorre é que na verdade essas unidades gigantes tem apenas alguns Gigas, mas tem seu firmware alterado de modo que mostre um tamanho falso quando a unidade é exibida no computador.

O problema só vai aparecer quando a capacidade real da unidade for ultrapassada e depois quando se tentar acessar qualquer arquivo vai estar tudo corrompido e nesses casos não há recuperação porque na verdade o arquivo nunca esteve gravado realmente na unidade.

Recuperação de dados em SSD formatado

É possível recuperar dados de um SSD que foi formatado?

A resposta é … “Quase nunca”.

Por incrível que possa parecer, é mais fácil recuperar os arquivos de um SSD com defeito do que um que foi formatado.

Explicando:

Na teoria qualquer programa de recuperação de dados para HD formatado funciona no SSD normalmente.
O problema no caso do SSD é outro.

Os SSDs tem um sistema interno de gerenciamento assim como os HDs.

Dentro dele existe um sistema interno que se chama TRIM.
Esse TRIM é um protocolo de desempenho que opera nas memórias em tempo real com um módulo de translação de tudo o que é gravado nas memórias.

A grande pegada desta instrução é fazer com que as memórias sejam “instantâneas” para ganhar velocidade.

Então funciona assim:

(Isso só nos SSDs que tem o TRIM interno ativo).
Por exemplo, você está usando o Windows e manda apagar qualquer arquivo.

O TRIM mapeia a área que o arquivo estava e informa para a translação que aquela área foi desocupada e pode ser usada para ser gravada novamente.

Com isso, instantaneamente a área onde estava o arquivo vira 00, ou seja, se você recuperar a área daquele arquivo que apagou, o arquivo ou vai vir corrompido (porque não tem conteúdo) ou nem vai achar o arquivo porque a área foi zerada.

Basicamente não tem como recuperar coisas apagadas de SSD com TRIM ativo.
Após o translator converter a área em 00 (o processo é falso) porque na verdade o material continua gravado lá só que você não tem mais acesso.
Só que aí, em segundo plano o TRIM começa um processo de limpeza na área que foi informada como vazia.
Aí sim ele vai zerar de fato a área da memória, mas isso tudo acontece em segundo plano, onde não existe acesso, lá na programação interna do SSD mesmo.

Quando apagamos ou formatamos um SSD, temos de alguns minutos a uma hora dependendo da área de dados liberada para conseguir fazer a recuperação.

Só que pra isso dar certo é preciso desligar o SSD da energia imediatamente.
Se o SSD ficar ligado por uma hora ou mais, as chances de recuperação são quase zero.
O processo de recuperação nestes casos é assim:
Temos que pegar o SSD, fazer um bloqueio nele, e ler os dados direto da memória aplicando uma nova translação na unidade, assim o TRIM não funciona quando SSD estiver energizado.

Em outros casos é preciso dar um curto nele para corromper o sistema e assim o TRIM também é interrompido.
Nos dois casos o SSD não volta a funcionar.

Voltando na questão do tempo em que o SSD ficou ligado depois de ter arquivos apagados ou ser formatado.
É raro o cliente saber informar quanto tempo o SSD ficou em atividade, muitas vezes ele nem sabe com certeza porque o SSD estava alguma assistência técnica.

Nos casos em que o SSD foi desligado logo depois da formatação ou ter os arquivos apagados aí realmente a recuperação é possível. Vamos dar um curto no SSD para queima-lo, mas aqui essa “queima” é controlada para não gerar grandes danos então o SSD morre de forma segura. Se o cliente disser que apagou o arquivo ou arquivos e depois continuou usando o SSD aí então não dá pra fazer mais nada.

É um trabalho muito complicado e o valor da recuperação vai ser o mesmo de um SSD queimado por outro motivo.

SSD é ideal para usar com sistema operacional e não guardar arquivos. Fazendo uma analogia, um carro de corrida, foi feito para correr na pista e não pra ir no supermercado, mas ninguém fala isso para o usuário final.

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